sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Sol


"I packed a few of my belongings
Left the life that I was living
Just some memories of it
Mostly the ones I can't forget..."

Gnarls Barkley ; St. Elsewhere (2006)

sexta-feira, 10 de julho de 2009

À mão livre



Chris De Burgh ; Lady in Red (1986)

domingo, 31 de maio de 2009

Nada

Fecha os olhos e diz-me que ouves,
Na suavidade dos graves e na aspereza dos agudos,
O silêncio de um lugar vazio.

domingo, 3 de maio de 2009

1096 dias

Devo às pessoas com quem me cruzei a pessoa que sou hoje.
E a vida faz-se assim, de pessoas, de amigos
Vozes.

Isto para dizer que me fazes falta. Muita falta.

domingo, 12 de abril de 2009

Paralelo


Lisboa,
09-04-09

sábado, 21 de março de 2009

Rasurado

Não sinto pressa, sinto apreensão.
Uma inquietação serena. Um sabor.
Se a razão me abranda o raciocínio, um limite precipita-o.
Lança-o numa espiral de ideias, de palavras,
De frases não calculadas de quem nada tem a perder
E de quem tudo quer, nem que por um segundo apenas.

Não, pressa não. Basta.
Haja tempo para escrever, para emendar. Para passar a limpo.
Folhas brancas, sem linhas, sem riscos.

Dois passos atrás e estamos livres de novo.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Paradoxo do mentiroso

Eu digo amarelo e sim, não faz sentido.
Não faz sentido algum, embora me tenha impressionado o branco dos teus olhos.

Por isso digo e repito, amarelo.
As coisas não têm de fazer sentido e em mim nada é ao acaso.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

O que há em mim é sobretudo cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas,
Essas e o que faz falta nelas eternamente;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada,
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...

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Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar.
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.

Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)

sábado, 31 de janeiro de 2009

#1

Está oficialmente aberto o espaço.
Tenha cuidado com o degrau.